quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os celulares serão uma “mina” de ouro?

Os celulares serão uma “mina” de ouro?



Você sabia que com 38 celulares é possível recuperar um grama de ouro?

Sabia, também, que é necessário moer e processar 3.000kg de minério na maior mina de ouro do Brasil, em Paracatu, para obter um grama?

Esta matemática mostra que a reciclagem de materiais eletrônicos descartados, nobres como os celulares, parece ser interessante economicamente.

Essa foi a promessa que atraiu muitos empresários para a indústria da reciclagem. Eles chegaram cheios de ideias e sonhos, mas rapidamente perceberam que a “mina de ouro dos celulares e dos circuitos eletrônicos” não é um “negócio da China” como muitos acreditavam.

O que falta na reciclagem de produtos nobres é o volume da matéria prima, os celulares.

Não existem garantias de que o volume de material aurífero será contínuo ao longo do empreendimento. Na maioria das vezes o empresário abandonou o investimento ao perceber que não existiam circuitos com ouro em quantidade suficiente para manter o próprio negócio.

É esse volume que diferencia o “garimpo urbano” da mineração organizada de ouro como a de Paracatu.

Na mina da Kinross, uma operação a céu aberto em larga escala, são processadas 55 milhões de toneladas de minério por ano. Cada tonelada tem uma média de 0,42 gramas de ouro recuperável.

Ou seja: a cada dia são processados mais de 150.000 toneladas, de onde são recuperados 63.000 gramas de ouro.

Para recuperar a mesma quantidade de ouro em um processo de reciclagem de celulares serão necessários 2.394.000 telefones celulares por dia.

Não há como competir. Os celulares podem até ter quantidades elevadas de ouro, mas os empreendimentos para a extração desse ouro sempre estarão na esfera das microempresas.

Se você quiser grandes lucros opte pela mineração.

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