sábado, 17 de março de 2018

Taxação do aço traz mais prejuízos do que benefícios


Taxação do aço traz mais prejuízos do que benefícios

Tentativa de proteger a indústria de aço e alumínio nos Estados Unidos, a decisão do presidente Donald Trump de adotar tarifas rígidas de importação poderá trazer mais prejuízos do que benefícios para a economia americana. A partir do dia 23, toda empresa que importar aço no país terá de pagar uma taxa de 25% sobre o preço do produto. Para o alumínio, a taxa é de 10%. Trump até abriu uma exceção para o México e para o Canadá.
Mas o fato é que a medida prejudica as indústrias que dependem dessas matérias-primas, seja para produzir latas de alimentos e bebidas, seja para produzir automóveis. Um exemplo é a fabricante de motocicletas Harley-Davidson. Ela terá de arcar com custos mais altos, justamente numa fase de dificuldades. As vendas de motocicletas vêm caindo há quatro anos — somente no ano passado, a queda no lucro foi de 25%. Em janeiro, a empresa decidiu fechar uma das quatro fábricas nos Estados Unidos para economizar até 75 milhões de dólares por ano. Para piorar, a companhia se viu no meio de um embate comercial.
A União Europeia, que é uma grande exportadora de aço e alumínio, ameaçou retaliar os Estados Unidos impondo tarifas sobre produtos tipicamente americanos, como o uísque bourbon, calças jeans da marca Levi’s e as motos Harley-Davidson. “Nós também podemos agir estupidamente”, disse Jean-Claude Juncker, chefe da Comissão Europeia. O setor agrícola também está preocupado. A China já afirmou que a soja é o produto no topo da lista numa eventual retaliação, o que poderá prejudicar os produtores rurais do Meio-Oeste — onde está boa parte do eleitorado de Trump.
Outras empresas também estão revendo seus investimentos. A fabricante de eletrodomésticos Electrolux decidiu interromper o projeto de investir 250 milhões de dólares em sua fábrica no Tennessee. O resultado é que haverá mais trabalhadores prejudicados do que beneficiados. Um estudo da consultoria Trade Partnership estima que, para cada emprego criado na indústria de aço e alumínio, cinco vagas serão perdidas em outros setores por causa das novas tarifas de importação. É uma prova de que o protecionismo não é bom para ninguém.
Fonte: Exame

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